No mundo contemporâneo todos os meios de comunicação, os processos burocráticos estatais, as pesquisas acadêmicas, matérias jornalísticas e atividades de perfis em redes sociais produzem uma avalanche de informações.
A
sociedade como um todo encontra-se abarrotada com o excesso de informações e
parece ter perdido o controle sobre esse processo de criação e armazenamento
ininterrupto. Na medida em que, a quantidade de dados criados em formatos
digitais atualmente é algo incomensurável.
O mundo capitalista empresarial exige a constante reciclagem dos profissionais que almejam manter-se em uma posição favorável ou no mínimo, confortável no mercado competitivo. Essa atualização curricular ininterrupta se traduz em uma corrida contra o tempo onde o profissional tenta estar sempre um passo à frente de seus pares.
Caso se
abstenha dessa gincana neurótica, esse profissional pode se tornar obsoleto e como
consequência ser rapidamente substituído. Cruel, mas verdadeiro. No entanto, ainda é possível para o
homem adaptar-se à novas realidades e mudanças de paradigma, ao contrário de
sua criações tecnológicas.
A obsolescência é a característica de um produto que perde sua utilidade primordial em decorrência do surgimento de outro mais avançado. Possivelmente uma das questões mais interessantes e emergenciais do contexto histórico atual sejam os riscos de perda do bem mais valioso de todos os tempos, a informação.
No caso em questão, a informação
armazenada nos documentos em formato eletrônico. Concorda-se com Kátia P.
Thomaz quando ela afirma que: "Esse
grande volume de informação digital, produzida nos dias atuais em praticamente
todas as áreas da atividade humana e projetada para acesso através de
computador poderá ser completamente perdido a menos que técnica e políticas
sejam desenvolvidas para conservá-lo".
A Humanidade produz e acumula grande quantidade de dados. As informações são produzidas em uma velocidade tão grande que, de acordo com o exposto no filme, não há tempo suficiente, energia e recursos financeiros que garantam que a informação seja convertida para novas mídias. Ou seja, novos formatos de tecnologia surgem e os dados não são convertidos em tempo hábil antes que os suportes antigos se tornem obsoletos.
Medidas preventivas
Deve-se sempre pensar nas precauções quanto à preservação. Como também não pode-se deixar de lado as políticas e medidas para a preservação das informações digitais. Muito material artístico e acadêmico é criado atualmente eletronicamente e simplesmente não existe em papel.
Corre-se o risco de tudo se perder devido ao processo ''natural'' de obsolescência tecnológica. Profissionais que trabalham com mídias eletrônicas reconhecem o caráter efêmero de suas tecnologias e afirmam categoricamente que dentro de alguns anos tipos de livros eletrônicos produzidos na atualidade não estarão disponíveis.
A queda das máquinas
A obsolescência das máquinas é um risco inerente para a perda total das informações. Por tudo isso, pesquisas interdisciplinares se fazem necessárias com o objetivo de se desenvolver políticas e tecnologias para preservação da informação seja no suporte físico e digital.
Rosely C. Rondinelli trabalhou com as relações entre a Arquivologia, a computação e a diplomática pautando seu estudo na defesa da interdisciplinaridade das 3 ciências na questão do documento eletrônico.
Nos Governos democráticos, a preservação, transparência e o acesso das informações contidas nos Arquivos são as formas do Estado prestar contas ao seu povo. O filósofo Immanuel Kant acreditava que a natureza humana estaria sempre inclinada para o avanço.
Kant afirmava que "Uma época não pode se aliar e conjurar para colocar a seguinte em um estado em que se torne impossível para esta ampliar seus conhecimentos, purificar-se dos erros e avançar mais no caminho do esclarecimento (Aufklürung)".
Por isso, todo tipo de informação seja em qual suporte estiver, necessita ser preservada para continuar constituindo o patrimônio e herança cultural de todas sociedades.
BONUS TRACKS:
http://preservacaodigital03.blogspot.com/2013/01/motivacao-por-que-pensar-em-preservacao.html
Análise do filme INTO THE FUTURE. O Risco da perda de informação em formato digital
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