JollyRoger 80´s

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Liberdade de criação e de expressão é para todos! A polêmica de "Black is King" e lugares de fala

Volto nesse texto a tratar das polêmicas a respeito do filme "Black is King", que já está disponível no serviço de streaming da Disney. Beyoncé enquanto artista tem total direito de se expressar, assim como de qualquer pessoa de analisar e criticar a obra. O que tenho debatido desde essa nova (velha) polêmica de semanas atrás é a liberdade que tanto ela quanto a historiadora Lilian Scwarcz tem de se manifestarem.

O que os entusiastas de Beyoncé e pessoas do movimento negro afirmam é que uma pessoa branca não pode querer ensinar para uma pessoa negra como ela deve se manifestar artisticamente, como ela deve se comportar, como ela deve defender seus ideais. Entendo isso até certo ponto.

Mas estamos em sociedade, meus amigos. O que você ou seu grupo faz ou defende afeta e influencia outros tantos. E você não pode querer que milhares de pessoas fiquem inertes de agora em diante por causa de reparações históricas. A valorização de uma cultura ou povo ou história não pode estar atrelada à diminuição de outros. O oprimido não pode e não vai se tornar outro tipo de opressor.

Mas se levarmos essas questões de maneira tão radical as consequências serão os isolamentos desses grupos. Às vezes as pessoas se enganam em relação à sua própria força e independência. Em sociedade não estamos sozinhos e só quem se manifesta e tenta o diálogo sabe o quanto isso é difícil. Nossa sociedade também é formada por milhares de idiotas que não sabem interpretar o que leem, fanáticos religiosos e ideológicos.

Se formos levar ao extremo os usos do lugar de fala (que é usado frequentemente como lugar de cala) os negros também não podem emitir opiniões sobre como pessoas brancas devem agir, pensar ou se expressar. Só um descendente de portugueses pode falar sobre as grandes navegações, só um alemão pode falar sobre o que foi o nazismo, só um cidadão do leste europeu poderá falar dos horrores do comunismo. E isso é completamente absurdo!

Cultura de Massa para massas falidas

Um dos grandes problemas da cultura de massa na atualidade é que faltam valores, referências e autenticidade. Concordo que ''sucesso'' não é sinônimo de qualidade, mas também isso não quer dizer que tudo que está incluído em uma cultura de massa não tenha valor artístico. No entanto, tenho a impressão que grande parte do que é produzido hoje é puramente e mais do que nunca, comercial, no pior sentido do termo, seja no Brasil como no exterior.

Acho que houve uma grande ruptura da segunda metade da década de 1990 em diante, com o retorno das boys e girls bands (como Backstreet boys e spice girls) e massificação do hip hop, que atualmente é uma das maiores aberrações culturais. Muito longe em termos de qualidade sonora e artística da fantástica música negra produzida nos anos 1960 e 1970 por nomes como Quincy Jones, por exemplo.

No Brasil, a produção de nossa indústria cultural se deu pela dominação do axé, pagode, sertanejo e o por fim, o funk, ali comendo pelas beiradas.

Hoje, o chamado sertanejo universitário, que é a ultra comercialização e imbecilização da música caipira, o pavoroso funk ostentação e o gospel têm dominado as paradas de sucesso. A venda e comercialização de CDs se tornou algo totalmente secundário e a internet é o principal canal de comunicação entre os profissionais do entretenimento e seus públicos! Na música pop vemos o sucesso assustador de boy bands coreanas.

Reitero que o problema não é (totalmente) o estilo (também é), mas a baixa qualidade e a, na minha visão, falta de autenticidade desses grupos e "artistas" (aos quais eu prefiro chamar de profissionais do entretenimento. Claramente grupos criados por super produtores com músicas de baixa qualidade, performances de palco com atitudes superficiais, excesso de dança e coreografias e telões. Muita informação e pirotecnia para disfarçar os astros sem substância que pulam no palco.

E quanto aos relativizadores pós-modernos que afirmam que não podemos comparar diferentes formas de arte, nem fazermos juízos de valor sobre os diferentes graus de qualidade e importância das mesmas... sem paciência para eles!


terça-feira, 29 de setembro de 2020

Beyoncé and Jay Z. "APESHIT". Ostentation and personal worship disguised as social criticism

 Artistically overrated Beyoncé and her husband rapper millionaire music producer Jay-Z recorded yet another song together. The video clip of "Apeshit" drew attention because it was recorded at the Louvre Museum in 2018. I think that if it were today the video would be different, because instead of having the dancers performing in the museum, we might have scenes of people destroying the statues and works of art. art. But, let's analyze the audiovisual piece.



In the video we see the couple of black artists, perhaps the richest and most famous today, recording a video at the Louvre, with their backs to all the works and declaiming a "letter" about their social and monetary power. The letter does NOT address a broad issue, but is configured in an outburst / provocation and personal exaltation of both. The video is intended to provoke a provocation

I see many youtubers analyzing and praising the "sealing", the supposedly revolutionary content of the video, the denunciation of a supposed invisibility of the black in the arts (What I think is an exaggerated criticism, if we think about the present), about the theft of art by other peoples perpetrated by evil European whites and on the predominance of European white representation in European arts.

The reason is kind of obvious, isn't it? The works of art, the artists, their styles and intentions represent their historical times. Pretentious BBC reports with a false "denunciation" tone have spoken about the few representations of black people and the whitening of black mythological figures in European paintings. This is like charging white figures in Eastern and African art.


I find it very funny that the couple that always appears on the lists of the richest in show business and that only release songs and videos spewing ostentation and monetary success, highlighting the worst and most despicable side effects of capitalism, continue to insist on this speech of oppressed false and making millions with this opportunistic militancy. The cult of the personality of entertainment professionals has reached alarming levels.

People in general "analyze" the history of mankind in a simplistic, reductionist, Manichean way. We are never totally impartial, but allied to this, the new digital "philosophers" fill their banal opinions and conclusions with resentments, anachronisms and the old Marxist worldview that simplifies all the complex and exciting directions of men in the "absolute truth": oppressors versus oppressed.

It is obvious that any type of art well done should be valued and that the European and American cultural mainstream was / is an organized territory and occupied by "whites". (Which also depends, because if we think about the Hollywood film industry, know that it is an area organized by Jews). But it is also an exaggeration to say that black artists did not have their space, either in the United States or in Brazil, for example.



Hip Hop hits the mainstream

If we can use the concept "black culture" it seems to me that it is more fashionable than ever, despite the black artists of the past, in my opinion, being much better and more relevant than these rappers and pop singers today. For a number of factors, including technological, contemporary artists and entertainment professionals are widely disseminated, widespread. Especially those from the United States.

Today's artists and the permanence of Hip Hop as the most lucrative and influential music genre today are not necessarily about quality. But first with a marketing choice, which already suffered from the loss of popularity of rock and pop music in the late 1990s (represented with boy bands).

Producers feeling the growth of Hip Hop began to gradually bring it into the mainstream, putting rapper stakes in songs by singers like Mariah Carey. Bands like REM had already flirted with rap on "Radio Song" and Michael Jackson partnered with rappers on some songs from the albums Dangerous (1991), History (1995) and Invincible (2001).

From the 2000s onwards, MTV, the TV channel that guided the youth's behavior, began to dedicate a large part of its programming to Hip Hop. Naturally, the style underwent changes compared to the type of sound that was made in the 1980s.


Intentions of the Video Clip

The video clip was intended to provoke a provocation, of course. But was it the best path taken? In my opinion, it would be more valid to record it in a museum full of arts made by blacks from different parts of the world. That is, if the intention was really to divulge the art made by black people and to praise other non-Eurocentric worldviews.

But that was not it. For the intention of this was only personal exaltation of the "artist" couple, financial ostentation, ode to the tacky, to bad taste, to the bad sound and the propagation of this terrible current aesthetic of the phonographic industrial market. And even with a message here and there, a re-reading of a painting by a black artist over there, the images and strong messages are the couple's declaration of power, with the excuse that they can inspire others to achieve the same.

Well, I'm sorry to say, before these two, an extensive list of black artists had already achieved fame, stardom, respect for criticism and, above all, cultural relevance and the immortality of their songs. Something that maybe Beyoncé and especially Jay-Z will never achieve.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Michael is King. Um relato contra o mau uso do "lugar de fala"


Conversando com um militante (sim, eu tenho paciência) sobre o vídeo da Beyoncé fui informado que minha crítica era irrelevante sobre esse assunto. Porque não sou negro e público alvo do filme Black is King. Não sabia que uma produção da Disney (!) era algo de nicho, para um público específico. Assim como não deve interessar para Beyoncé a cor de seu público, contanto que seja verde o dinheiro que vai comprar os diamantes de sua princesinha. 

Se minha opinião é irrelevante, como tantos falaram, isso só confirma que a maioria usa o tal "lugar de fala" para desconsiderar ideias. Hoje em dia é preciso coragem para se posicionar contra tentativas de censura e ir contra a corrente. Meu artista favorito desde sempre é Michael Jackson. Tenho vinis, cds, dvds, livros. Anos atrás, sem internet, traduzi todas as letras de suas músicas com auxílio de um dicionário. Até hoje escrevo longos textos tentando elucidar pessoas sobre as acusações falsas que ele sofreu em vida. 

Mas pelo raciocínio dos Beyonceteiros e de pessoas do movimento negro eu não estou qualificado a expor uma análise sobre MJ porque não sou negro. Mesmo conhecendo, gostando mais do que muita gente e sabendo analisar criticamente. 
A cor da pele não é um impedimento natural para que ocorra a conexão e entendimento entre um fã e um artista. E se a liberdade de expressão fosse um passo de dança, ela seria um Moonwalk.

Por fim, falo e escrevo sobre o assunto que eu quiser, como, sobre, com quem e contra o que eu quiser. Isso é um direito inviolável e que, na minha opinião, deve ser usado principalmente quando temos algo a acrescentar. Não pertenço a nenhuma facção militante, religião ou partido político e nenhum desses vai impor limites ao meu pensamento.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Black is King & Money is Black. Beyoncé, censura, conflitos raciais e outros absurdos.


Então agora uma pessoa branca não pode fazer uma crítica a uma pessoa negra? 

A novidade é que, mesmo as pessoas do movimento negro não admitindo, o "lugar de fala" é usado como uma forma de desconsiderar as opiniões das pessoas que discordam, que tem opiniões diferentes sobre um assunto e de tornar algumas idéias mais válidas, mais "corretas" ou mais legítimas do que outras. Resumindo, censura e policiamento do pensamento.

Beyoncé é uma artista superestimada que, provavelmente com a ajuda de seus empresários e pessoal do marketing, começou a utilizar as lutas sociais como peça promocional para suas músicas e videoclips (que eu considero bregas). 

Geralmente as letras de suas canções não abordam uma questão social ampla, mas se apresentam como desabafos/provocações, autopromoção e ostentação financeira. É o que temos aqui no Brasil com o funk ostentação. E representam os piores e mais desprezíveis valores morais e comportamentais do capitalismo. O culto à personalidade de profissionais do entretenimento chegou à níveis alarmantes.

Pela reação das pessoas que criticaram a historiadora e antropóloga (dentre eles a tal da Iza, cantora e modelo, que vive postando fotos sensuais no instagram), nós podemos perceber os perigos dessa gangue de militantes canceladores e de como pessoas inseridas nessas militâncias estão empenhadas em aparentemente criar uma sociedade realmente dividida. Elas são tão entusiastas dos negros dos Estados Unidos que querem também importar a realidade de cisão racial deles para o Brasil. 



Liberdade de expressão


Beyoncé é livre para faturar milhões do jeito que ela quiser, seja fazendo seus vídeos de ostentação financeira disfarçados de empoderamento ou também utilizando mulheres orientais pobres pra costurar sua linha de roupas. Assim como a historiadora Lilia Schwarcz e qualquer outra pessoa, de qualquer cor de pele, é livre para fazer sua análise e dar suas opinião.

Mas quando as críticas ao posicionamento da historiadora se transformam em acusações de racismo ou usam da cartada do "lugar de fala", o debate saudável é impedido, desqualificado e a opinião contrária criminalizada. É até educativo que isso ocorra para essa turma acadêmica deslumbrada sentir na pele o perigo do autoritarismo do "bem".

A suposta carta na manga do  "Lugar de fala" 

A cartada do "lugar de fala" têm como função impedir um debate e silenciar opiniões contrárias. Pessoas afirmam que um branco não pode querer ensinar aos negros sobre suas lutas. Por esse pensamento, nada mais justo que um branco poder afirmar que um negro não pode querer ensinar como um branco deve agir, pois somente um branco sabe o que é ser branco no Brasil. 

Se levarmos a sério esse conceito, logo nenhum historiador que não seja descendente de portugueses poderá falar sobre as grandes navegações, pois não têm lugar de fala. Nenhum fanático marxista poderá continuar defendendo o comunismo se não viveu na União Soviética, pois não terá lugar de fala. Ninguém que não seja político poderá criticar algum, pois se você não sabe como é o dia a dia no congresso você não possui lugar de fala. E por aí vai!

Na minha opinião, os artistas negros do passado, são bem melhores e mais relevantes do que esses rappers e cantoras pops atuais. Por uma série de fatores, tecnológicos inclusive, os artistas e profissionais do entretenimento atual, são amplamente divulgados, massificados, principalmente os provenientes dos Estados Unidos. Isso não significa que têm produzido algo realmente relevante e de qualidade e que irá permanecer para a posteridade. 

Por fim, acho que pode, sim, existir a crítica ao modus operandi da luta de qualquer grupo e movimento social. Algo que tente inibir ou proíba isso se chama censura e controle de pensamento. Mas Lilia Schwarcz baixou a cabeça para a militância e pediu desculpas. Concordou que existem limites para o que alguém pode opinar devido à cor de sua pele. Permitiu que suas opiniões a respeito de um assunto fossem desvalorizadas. Péssimo. Mas também não vou julgar, pois deve ser estressante aturar linchamento virtual de fãs de pop stars dos Estados Unidos e canceladores agindo em bando.

Entendo e compreendo o simbolismo que Beyoncé representa. Também entendo como ela é um símbolo enfiado goela abaixo pela máquina de entretenimento norte-americana. Grandes artistas negros de um passado recente, muito mais relevantes e eternos que Beyoncé (Michael Jackson, Tina Turner, Prince, Aretha Franklin, Marvin Gaye, James Brown... ) não tiveram essa roupagem forçada de militâncias.

Um branco não pode querer ensinar a um negro sobre suas lutas e atitudes! Sério?

Se um MC negro faz músicas fazendo apologia às drogas ou ao sexo com menores, qualquer pessoa de qualquer cor de pele pode criticar, orientar, mostrar outras possibilidades de expressão. Assim como qualquer pessoa, de qualquer cor pode criticar o estilo de vida de ricaços brancos do Instagram ostentando riqueza, futilidades e objetificando mulheres.

Você é livre pra falar sobre o que quiser, mas de preferência com empatia, racionalidade e se acreditar que pode realmente contribuir para um debate, para a solução de questões. Assim como é livre para ficar na sua e apenas assistir o circo pegar fogo, independente do que completos imbecis como Felipe Neto digam.


Fui ver os trailers do filme da Beyoncé "Black is King" com a maior boa vontade, mas pela maior parte das imagens do trailer parece ser o mesmo de sempre: caras, bocas e poses, vestimentas caras, sensualizando em cima do capô de carros de luxo, ostentação de mansões, aquele Jay-Z com pose de gangsta e medalhões de ouro no pescoço, letras falando sobre riqueza e posses de mercadorias caras... 

Talvez Beyoncé só saiba fazer isso mesmo. Ser a versão black de ridículos ricaços brancos, fornecendo uma espécie de auto-ajuda visual para quem sonha com poder e riqueza provenientes do capitalismo e delírios de um ancestralidade irreal de sangue de realeza. Mas reitero, ela é livre para se expressar como artista, assim como receber críticas provenientes de todos os tons de pele. 




Pretendo, algum dia, assistir especificamente esse filme e espero realmente que algo diferente tenha sido realizado. Porém, desde já, percebo que um filme que a princípio pode ter sido feito para reverenciar e propagar vários aspectos da diversa cultura africana esteja sendo usado por radicais do movimento negro como justificativa para discursos ressentidos e embates raciais. 


BONUS TRACKS:


https://almapreta.com/editorias/o-quilombo/black-is-king-mulher-branca-nao-deve-dizer-como-mulher-negra-deve-contar-sua-historia

https://vermelho.org.br/2020/08/03/lilia-schwarcz-o-retrato-do-racismo-academico/

https://www.cartacapital.com.br/opiniao/a-conversa-com-lilia-schwarcz-nao-se-encerra-sem-mutua-escuta/





O "lugar de fala" de Djamila Ribeiro

Não desvalorizando o trabalho da moça, mas a teoria que a deixou famosa, o tal "lugar de fala" não é nenhuma novidade conceitual. Tendo em vista que, em um debate histórico e sociológico, nada mais natural que analisarmos os diferentes pontos de vista em uma mesma questão. Ou seja, cada olhar pode agregar valores na construção de um conhecimento.

Mas não é isso que têm ocorrido! A novidade atual é que, mesmo as pessoas dos movimentos sociais, como o movimento negro não admitindo, o "lugar de fala" é usado como uma forma de desconsiderar as opiniões das pessoas que discordam, que tem opiniões diferentes sobre um assunto. E de tornar algumas ideias "naturalmente" mais válidas, mais "corretas" do que outras. Resumindo, censura e policiamento do pensamento. Uma pena. E vai piorar.


quarta-feira, 29 de julho de 2020

As dificuldades de se debater escravidão com historiadores passionais e a Fé militante



Concordo. Assim como os homens brancos do passado que fizeram alianças, negócios com lideranças tribais, Reis e mercadores africanos e fizeram o nefasto comércio de escravizados pelo Atlântico, também não devem ser julgados a partir dos valores morais e éticos da atualidade. Se existe a chamada dívida histórica, vários tons de pele são devedores. O que precisamos é fortalecer uma sociedade onde ninguém mais seja um escravo, seja de trabalho, religião, ideologias políticas e de movimentos sociais.

Com isso não estou afirmando que não devemos nos chocar, nos revoltar com os acontecimentos e mentalidades do passado. Óbvio que devemos! É um clichê, mas o historiador deve relembrar o que a sociedade insiste em esquecer, com o objetivo de auxiliar na evolução moral e intelectual da mesma. Mas quando o historiador se utiliza dos acontecimentos e erros do passado para insuflar discórdias na sociedade do presente, ele está deixando de ser um guardador de memórias para se tornar um militante fanático.

Os historiadores não se comportam como historiadores. As consequências de falar sobre temas como escravidão africana ou qualquer crítica ao movimento negro é garantia de ser chamado de racista. Falar que já existia escravidão na África antes do chegada dos europeus está aparentemente proibido.
"Mas Roger Marques, acho que o problema, não é falar a verdade. Mas usar a mesma para diminuir os efeitos gerados da escravidão aqui, ou destorcer essa visão e colocar como se os negros tivessem se entregado e pedido pelo amor dos Deuses pela escravidão. O problema é usar esse discurso pra invalidar racismo estrutural e todas as atrocidades que fazem parte da historicidade do nosso país."
Confesso que nunca vi alguém afirmar seriamente que os negros africanos tivessem se entregado ou fossem felizes com a escravidão. Mas já li em vários livros que a escravidão africana era uma escravidão "light". Esse lance de "racismo estrutural" também não é um conceito de aceitação unânime. Novamente reitero que não construiremos uma sociedade decente com ressentimentos, rótulos e simplificações.
Ninguém nega os males e horrores da escravidão. Mas quando você afirma isso em qualquer grupo de História, as pessoas te acusam de racista, "passador de pano", relativista do sofrimento alheio etc. É complicado debater seriamente assim, pois as pessoas se veem acuadas e com receio de expor suas ideias.
Não concordo com discursos que tentem minimizar os efeitos da escravidão. Só não gosto que a complexa História da Humanidade seja simplificada numa narrativa de "bem contra o mal", "opressores versus oprimidos".
Mas acreditem, as pessoas cometem anacronismos, estudam os fatos focadas mais nos aspectos emocionais do que racionais. Julgam atos e comportamentos do passado com os valores éticos e morais do presente. Tenho visto muitos exageros, narrativas tendenciosas, ressentimentos e radicalismos nos movimentos sociais. Alguns veem isso mais como vingança do que reparação histórica ou promoção de um estado de mais igualdade de oportunidades entre as pessoas.

E justamente por considerar importante a necessidade de melhorias sociais é que chamo atenção para os deslizes conceituais e radicalizações das militâncias, pois essas atitudes só irão criar mais discórdia e fraturas na nossa peculiar sociedade.


Vai falar Merda em outra dimensão!

"Porque isso é apropriação cultural...
Você não tem lugar de fala...

Enquanto o hétero branco não rever seus privilégios...

Deu o cartão, mas não deu a senha...

Tinha muita doméstica viajando pra Disney...

índio e gay não são fantasias de carnaval...
Deus acima de todos...

Isso é assédio...

O Batman é a representação do homem branco opressor e fascista...

Aquela mana nua é objetificação da mulher, mas essa aqui nua é empoderamento feminino!

Está na hora de cancelar o..."




Os problemas de se debater a Escravidão. A importância do diálogo, da construção de conhecimento e resolução de questões



Acostumem-se. As consequências de falar sobre escravidão na tentativa de ampliar o debate e torná-lo mais racional, objetivo, (e menos emocional) é garantia de ser chamado de relativista e racista. Ainda mais agora com células do movimento negro e as pessoas como um todo, tão radicais e reativos. Falar que já existia escravidão na África antes do chegada dos europeus, ou seja, falar a verdade, aparentemente está sendo proibido.
Os homens brancos europeus do passado fizeram alianças, negócios com lideranças tribais, Reis e mercadores africanos e realizaram o nefasto comércio de escravizados pelo Atlântico. Se existe a chamada dívida histórica, vários tons de pele são devedores. No entanto, é um anacronismo julgar atos e culturas do passado com os valores morais e éticos da atualidade. O que precisamos é fortalecer uma sociedade onde ninguém mais seja um escravo, seja de trabalho, religião, ideologias políticas e de movimentos sociais.
Mas qual é a justificativa para a escravidão ter ocorrido? A justificativa é o contexto histórico. Sempre ocorreu escravidão. A África é/era um continente com diversos povos e culturas diferentes. Assim como a América, antes da chegada dos europeus. E nem sempre esses diferentes povos eram aliados. Colocar todos esses povos como "coitados oprimidos", "vilipendiados e escravizados" é retirar deles toda sua complexidade, toda sua tridimensionalidade e sua completa atuação histórica.
Mas e as pessoas que foram escravizadas durante séculos e com o término da mesma foram largadas à própria sorte? Os que sempre tiveram asseguradas sua liberdade não teriam uma dívida histórica pra com os descendentes de escravos? Entendo o ponto de vista. Mas na minha opinião, não existe "dívida". O que deve existir é o fortalecimento de uma mentalidade de justiça e compensação, tanto da sociedade organizada como um todo, como do Governo.

Ninguém quer ser obrigado a pagar algo por situações que ocorreram com seus antepassados. E nem todos os brancos possuíram escravos! Enquanto continuarem esses discursos de reparação, ressentimentos e discórdias, a sociedade ficará estagnada. Nas favelas não moram somente negros. Nem todo branco é rico ou classe média alta. Ou racista, como o senso comum parece querer naturalizar.
"O negro na televisão é sempre colocado em papéis de bandido ou empregada doméstica" Compreendo. Mas sobre novelas... coloque a culpa na Rede Globo. Sobre cinema, quadrinhos e desenhos animados, eu acho que existem vários personagens negros. E de uns anos pra cá essa representatividade têm melhorado (inclusive com certos exageros e erros históricos, em alguns casos compreensíveis).
O panorama têm mudado. No entanto, não vejo no Brasil, com tanta miscigenação, esse clima de guerra racial e segregação, como era/é nos Estados Unidos. Mas parece que querem convencer o povo de que é assim. Ou querem que seja assim, tendo em vista que, alguns representantes do movimento negro, em seus perfis em redes sociais, defendem que negros só se relacionem afetivamente com negros.
Concordo plenamente com a necessidade de termos todos igualdade de oportunidades. Assim quem aproveitar vai realmente merecer o que conquistar. No entanto, acredito que as coisas estão caminhando para melhora nas condições de vida da população negra e parda no Brasil. O problema é quando radicalismos e incentivo à discórdia se fazem presentes dentro dos movimentos sociais e grupos políticos.
"Não confunda o grito do oprimido com a violência do opressor!" Perfeitamente! Mas também não podemos ignorar que os radicalismos estão sim ocorrendo e que, no nosso contexto, não vai ajudar em nada. Quando se acusa o outro e o enxerga como inimigo, se perde um possível aliado. É interessante ressaltar que muita gente que defende Paulo Freire não entendeu ou não deve ter lido o que ele escreveu.

Independentemente se concordamos ou se realmente aplicamos a metodologia de ensino proposta, é evidente que ele deixa bem claro no livro "Pedagogia do oprimido" que o indivíduo em situação de opressão só se emancipa por conta própria e não sendo comandado por outros. E que estes nunca deveriam tentar criar novas formas de opressão, nem mesmo contra os antigos opressores. Talvez seja uma boa dica de leitura para os justiceiros sociais.

Por fim, temos o tal "lugar de fala", que não é nenhuma novidade conceitual. Tendo em vista que, em um debate histórico e sociológico, nada mais natural que analisarmos os diferentes pontos de vista em uma mesma questão. Ou seja, cada olhar pode agregar valores na construção de um conhecimento. Mas não é isso que têm ocorrido!

A novidade atual é que (mesmo as pessoas dos movimentos sociais não admitindo) o famigerado "lugar de fala" é usado como uma forma de desconsiderar as opiniões das pessoas que discordam, que tem opiniões diferentes sobre um assunto. E de tornar algumas idéias "naturalmente" mais válidas, mais "corretas" do que outras. Resumindo, censura e policiamento do pensamento. Uma pena!

É importante todo tipo de tentativa de diálogo, pois somente com a troca de ideias, com a apresentação e confronto de argumentos é que o conhecimento é construído. É uma vergonha pessoas começarem a xingar, rotular e "cancelarem" as outras que estão dispostas a oferecer diferentes pontos de vista. Desde quando uma ideia ou grupo se tornaram sacralizados e intocáveis a ponto de não poderem ser criticados?


Mulheres negras de mitologia retratadas como brancas por artistas. Análise da "denúncia".


Essa BBC News é interessante, mas tenho percebido umas matérias como essa, com um tom bem tendencioso. Uma suposta tentativa de "denúncia", mas que não tem peso de discussão histórica nenhuma. Certa vez vi um post que "denunciava" as poucas representações de pessoas negras em pinturas europeias. Isso é igual cobrar figuras brancas na arte oriental e africana.
Sobre os exemplos de embranquecimento de figuras mitológicas, como Andrômeda, que a reportagem se refere, são casos específicos e na minha opinião, mal explicados na matéria. Mas que já causam discussões passionais e cheias de verdades absolutas e simplificações em grupos de historiadores.

Qual o próximo passo então? Cancelarem e destruírem as obras de arte renascentistas? E se foi assim, agora temos vários personagens clássicos de quadrinhos e cinema, originalmente brancos ou figuras históricas brancas sendo reinventadas e/ou interpretadas por negros. Então, deu empate cultural histórico. As pessoas cometem anacronismos com frequência, mas isso é algo terrível se feito por historiadores.

As obras de arte, os artistas, seus estilos e intencionalidades representam seus tempos históricos. E devem ser analisados tendo em vista o contexto histórico. Essas questões raciais e de reparações históricas são os assuntos com os quais os historiadores, jornalistas, políticos e artistas mais discutem na atualidade. Meu incômodo é quando o debate é realizado pautado por ressentimentos, falsificações históricas, censura e rótulos depreciativos para com o outro.


O mal da Cultura de cancelamentos


Os canceladores continuam caçando bruxas! Novos casos de denúncias equivocadas, exposições em redes sociais, com o objetivo de fazer "justiça" e atrapalhando a vida de pessoas normais têm ocorrido. Isso é só o resultado do que já começou há pouco tempo atrás, curiosamente quando os movimentos sociais começaram a ganhar mais visibilidade.
A sensação de poder corrompe, mesmo o que começa com boas causas. No meu caso pessoal, em pouco tempo, pessoas que me conheciam há anos, depois de qualquer discordância, começaram com os rótulos de machista, estuprador (!) em potencial, fascista, branco privilegiado, opressor, etc. (Rs)
Agora que já está meio evidente a perda de espaço desse pensamento progressista, politicamente correto, em todos os lugares, eles começaram a radicalizar. Toda essa onda de cancelamentos, perseguições, tentativas de censura é a cartada final de grupos que nunca suportaram o real pensamento crítico. São iguais fanáticos religiosos.
O pior é que se enxergam como muito inteligentes e justos. Não conseguem dar o benefício da dúvida sobre suas certezas enraizadas desde antes do ingresso nas universidades da vida (onde se milita e se bebe cerveja mais do que se estuda).
Várias pessoas pararam de falar, mas também nunca foram muito próximas. Outras eu excluí mesmo porque não vejo sentido em ter gente adicionada que não mantém nenhum tipo de contato. Nada pessoal! O mais triste pra mim são as pessoas que realmente eram amigas. A galera embarca em ideologias e se vê como o revolucionário do mundo novo. A sensação de fazer parte de um grupo deve preencher vazios mesmo. Vida que segue! Consciência tranquila por aqui.
Eu também já passei por situações com essas militâncias. Obviamente não chegou a ser algo grave, mas poderia ter dado uma dor de cabeça! Quanto à exposição em redes sociais que ocorrem, semana que vem outros retardados de twitter vão arrumar outra luta social e o dessa semana fica esquecido. Não confio em "justiceiros sociais", não dou meu voto para políticos com essas propostas e da minha parte, sempre serão criticados, assim como qualquer outro grupo com viés autoritário.


Beyoncé e Jay Z. "APESHIT". Ostentação e culto pessoal disfarçada de crítica social

A superestimada artisticamente Beyoncé e seu marido rapper produtor musical milionário Jay-Z gravaram mais uma canção juntos. O videoclip de "Apeshit" chamou atenção porque foi gravado no Museu do Louvre em 2018. Penso que se fosse hoje o vídeo seria diferente, pois ao invés de termos as dançarinas performando no museu, talvez tivéssemos cenas de pessoas destruindo as estátuas e obras de arte. Mas, vamos a análise da peça audiovisual.


No vídeo vemos o casal de artistas negros, talvez mais ricos e famosos da atualidade gravando um vídeo no Louvre, de costas para todas as obras e declamando uma "letra" sobre o seu poder social e monetário. A letra NÃO aborda uma questão ampla, mas se configura em um desabafo/provocação e exaltação pessoal de ambos. O video sim, tem a pretensão de fazer uma provocação

Vejo muitos youtubers analisando e elogiando a "lacração", o teor supostamente revolucionário do vídeo, a denúncia sobre uma suposta invisibilidade do negro nas artes (O que acho uma crítica exagerada, se formos pensar sobre a atualidade), sobre o roubo de artes dos outros povos perpetrado pelos brancos europeus malvados e sobre a predominância da representação do branco europeu nas artes europeias.

O motivo é meio óbvio, não é? As obras de arte, os artistas, seus estilos e intencionalidades representam seus tempos históricos. Reportagens da BBC pretensiosas com um tom falso de "denúncia" têm falado sobre as poucas representações de pessoas negras e sobre o embranquecimento de figuras mitológicas negras em pinturas europeias. Isso é igual cobrar figuras brancas na arte oriental e africana.


Acho muito engraçado o casal que figura sempre nas listas dos mais ricos do show business e que só lançam músicas e vídeos vomitando ostentação e sucesso monetário, ressaltando os piores e mais desprezíveis efeitos colaterais do capitalismo, continuarem insistindo nesse discurso de oprimido falso e faturando milhões com essa militância oportunista. O culto à personalidade de profissionais do entretenimento chegou à níveis alarmantes.

As pessoas no geral "analisam" a História da Humanidade de maneira simplista, reducionista, maniqueísta. Nunca somos totalmente imparciais, mas aliado à isso, os novos "filósofos" digitais recheiam suas opiniões banais e conclusões com ressentimentos, anacronismos e a velha visão de mundo marxista que simplifica todos os complexos e instigantes rumos dos homens na "verdade absoluta": opressores versus oprimidos.

É óbvio que qualquer tipo de arte bem feita deve ser valorizada e que o mainstream cultural europeu e estadunidense era/é um território organizado e ocupado por "brancos". (O que também, depende, pois se formos pensar na indústria cinematográfica hollywoodiana, saibam que é uma área organizada por judeus). Mas também é um exagero afirmar que os artistas negros não tiveram seu espaço, seja nos Estados Unidos ou no Brasil, por exemplo.



O Hip Hop chega ao mainstream

Se podemos usar o conceito "cultura negra" me parece que ela está mais na moda do que nunca, apesar dos artistas negros do passado, na minha opinião, serem bem melhores e mais relevantes que esses rappers e cantoras pops atuais. Por uma série de fatores, tecnológicos inclusive, os artistas e profissionais do entretenimento da contemporaneidade, são amplamente divulgados, massificados. Principalmente os provenientes dos Estados Unidos.

Os artistas atuais e a permanência do Hip Hop como gênero musical mais lucrativo e influente da atualidade não têm a ver necessariamente com uma questão de qualidade. Mas primeiramente com uma escolha mercadológica, que já sofria com a perda de popularidade do rock e da música pop no final dos anos 1990 (representada com as boy bands).

Os produtores sentindo o crescimento do Hip Hop começaram gradativamente a trazê-lo para o mainstream, colocando participações de rappers em canções de cantoras como Mariah Carey. Bandas como R.E.M já haviam flertado com o rap em "Radio Song" e Michael Jackson fez parcerias com rappers em algumas canções dos álbuns Dangerous (1991), History (1995) e Invincible (2001).

Nos anos 2000 em diante, a MTV, canal de TV que orientava o comportamento do jovem, passou a dedicar grande parte de sua programação ao Hip Hop. Naturalmente, o estilo passou por modificações se comparado com o tipo de som que era feito nos anos 1980.


Intencionalidades do Videoclip

O videoclip teve a intenção de fazer uma provocação, é óbvio. Mas será que foi o melhor caminho tomado? Na minha opinião, seria mais válido gravá-lo em um museu repleto de artes feitas por negros de várias partes do mundo. Isso se a intenção fosse realmente divulgar a arte feita por pessoas negras e enaltecer outras visões de mundo não eurocêntricas.

Mas não foi isso. Pois a intenção deste foi apenas exaltação pessoal do casal "artista", ostentação financeira, ode ao cafona, ao mal gosto, à péssima sonoridade e a propagação dessa terrível estética atual do mercado industrial fonográfico. E mesmo com uma mensagem aqui e ali, uma releitura de um quadro feito por uma artista negra acolá, as imagens e mensagens fortes são a declaração de poder do casal, com a desculpa de que podem inspirar outros a conseguirem o mesmo.

Bem, sinto dizer, antes desses dois, uma extensa lista de artistas negros já haviam conseguido a fama, o estrelato, o respeito da crítica e principalmente, relevância cultural e a imortalidade de suas canções. Algo que talvez Beyoncé e principalmente Jay-Z nunca consigam.





BONUS TRACKS:

Letra da canção traduzida:

Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah  (obs. retirei alguns yeah, yeah, yeah, ok?)

[Beyoncé e Quavo]

Pego meu dinheiro rápido e vazo (rápido, rápido, vazo)
Veloz como uma Lamborghini
Estou saindo do palco, vadia (saindo, saindo, ei, ei)É melhor a plateia aproveitar (plateia indo à loucura, ei)
Não acredito que conseguimos (isso é o que conseguimos, conseguimos)
É por isso que somos gratos (por isso somos gratos, gratos)
Não acredito que conseguimos (é um ponto de vista diferente)
Você já viu uma plateia ir à loucura? Rah!

Me dê meu dinheiro
Dê um pouco de respeito ao meu dinheiro
Ou me pague em equidade, pague em equidade
Ou me veja inverter as coisas
Ele tem uma vadia má, vadia má

Nós vivemos esbanjando, esbanjando
Uso roupas caras, tenho hábitos caros
Ele quer ir comigo (ir comigo)
Ele gosta de fumar maconha (fumar maconha)
Ele quer estar comigo (estar comigo)
Ele quer me dar aquela vitamina D (D!)

Joias de diamantes, turnês exuberantes
Você não está nessa (não), não pense que eles estão nessa (não)
(Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah)
Comprei um jatinho pra ele

(Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah)
Fali a Colette
(Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah)
Relógios Phillippe Patek
(Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah)
Sai do meu pé (uh, ei)

Me passe a bola, me passe a bola, seja o melhor (bola)
Chamo minhas garotas e as coloco em uma espaçonave
Saia com a Yoncé uma noite e você ficará famoso (ei)
Você já viu um palco ir à loucura? Rah!

Pego meu dinheiro rápido e vazo (rápido, rápido, vazo)
Veloz como minha Lamborghini
Estou saindo do palco, vadia (saindo, saindo, ei, ei)
É melhor a plateia aproveitar (plateia indo à loucura, ei)
Não acredito que conseguimos (isso é o que conseguimos, conseguimos)
É por isso que somos gratos (por isso somos gratos, gratos)
Não acredito que conseguimos (é um ponto de vista diferente)
Você já viu uma plateia ir à loucura? Rah! (Offset)

[JAY-Z]
Eu sou um gorila na porra do galinheiro, já cheguei no zoológico
Eu sou uma mistura do Chief Keef com o Rafiki, quem é o Rei Leão pra você?
Fico de olho no meu bolso como uma canguru, fale pra esses palhaços que não estamos impressionados

Cartuchos lotados pra lidar com essa bagunça, 45º Presidente dos Estados Unidos, temos mudanças pra você
Chegamos escoltados
Temos aviões presidenciais também
É melhor você ficar com o residencial
Invencível com o taco também
Eu disse não ao Superbowl

Vocês precisam de mim, eu não preciso de vocês
Todas as noites chegamos no limite
Diga à NFL que estamos nos estádios também
A noite passada foi uma loucura, nos jogamos em uma piscina de pessoas
Atravessei Liverpool como a porra de um Beatle
Fumando maconha Gorilla Glue como se fosse lícito
Mande o Grammy se foder com essa merda de 8 nomeações e 0 vitórias
Você já viu uma plateia ir à loucura? Rah!

[Beyoncé e Quavo]

Pego meu dinheiro rápido e vazo (rápido, rápido, vazo)
Veloz como minha Lamborghini
Estou saindo do palco, vadia (saindo, saindo, ei, ei)
É melhor a plateia aproveitar (plateia indo à loucura, ei)
Não acredito que conseguimos (isso é o que conseguimos, conseguimos)
É por isso que somos gratos (por isso somos gratos, gratos)
Não acredito que conseguimos (é um ponto de vista diferente)
Você já viu uma plateia ir à loucura? Rah!

[Beyoncé e JAY-Z

Críticos em perigo (somos perigosos)
Várias gangues (gangues)
35 correntes (correntes, correntes)
Eu não dou a mínima para a fama (não)
Jatinhos G8 (woo!)
Roupas Alexander Wang
Ela é uma vadia que você chama de sua (woo!)

Vocês não podem dominar meu reino (qual é, qual é, qual é)
Arrasando, estou arrasando, minhas amigas estão arrasando
Falamos com o traficante e pegamos tudo (pegamos tudo)
Tomando minha bebida preferida (bebida)
Fiquei tão bêbada que preciso de um Tylenol (Tylenol)
Eu liberto todo o meu povo (liberto todos)
Entro no carro, quero ver as estrelas (woo!)

Uh! Me livrando dos mísseis, enganando minhas inibições (yeah)
Paguei 250 mil no relógio Richard Mille, é, é, morando no campo (morando no)
Meu corpo faz o Jay-Z se ajoelhar
Cara, minha mãe é fiel, meu verdadeiro escudo (escudo)
Olhe minhas jóias, sou letal (letal)
Esses diamantes que uso são transparentes (transparentes)
Sou marciana, eles querem ser iguais a mim (iguais)
Estou cheia dos M's, como as roupas de Evisu

Me dê a pata, me passe a bola, seja o melhor (ela foi ao delírio)
Chamo minhas garotas e as coloco em uma espaçonave
Saia com a Yoncé uma noite e você ficará famoso (ei)
Você já viu uma plateia ir à loucura? Rah!

Beyoncé e Quavo]

Pego meu dinheiro rápido e vazo (rápido, rápido, vazo)
Veloz como uma Lamborghini (skrrt, skrrt, skrrt)
Estou saindo do palco, vadia (saindo, saindo, ei, ei)
É melhor a plateia aproveitar (plateia indo à loucura, ei)
Não acredito que conseguimos (não acredito que conseguimos) (isso é o que conseguimos, conseguimos)
É por isso que somos gratos (por isso somos gratos, gratos)
Não acredito que conseguimos (é um ponto de vista diferente) (conseguimos!)
Você já viu uma plateia ir à loucura? Rah!

Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
(Rápido e vazo) yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah"




Ufa! que tortura!



‘APESHIT’: o clipe cheio de significados de Beyoncé e Jay-Z

https://casavogue.globo.com/Colunas/Arte-do-Cinema/noticia/2018/06/apeshit-o-clipe-cheio-de-significados-de-beyonce-e-jay-z.html