JollyRoger 80´s

JollyRoger 80´s

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Análise de "Sistema de Arquivos Médicos", um artigo de Paula Regina Campagnolli

Resumo do Artigo “Sistema de Arquivos Médicos e Estatísticos: Um estudo descritivo como referência básica à implantação e a operacionalização” de Paula Regina Campagnolli




O artigo de Paula Regina Campagnolli, realizado enquanto a mesma era graduanda do curso de Administração de Empresas Rural e Urbana, chamado “Sistema de Arquivos Médicos e Estatísticas”, teve por objetivo a análise dos procedimentos adotados visando a implementação dos SAMEs.

Como o próprio título do trabalho já diz, a autora preocupou-se em descrever a sistematização dos procedimentos que acarretaram a implantação de um Serviço de Arquivo Médico e Estatístico na administração de um hospital. O que se conceitua por SAME originou-se na década de 40 do século XX e a partir de 1943 a estatística hospitalar sofreu uma reformulação e foi centralizada em um único órgão os setores de arquivos médicos e estatística.

O SAME seria “a memória do hospital”. O Hospital Geral de Massachussets foi o 1° a organizar um Serviço de Arquivo Médico Estatístico ao começar o arquivamento de dados clínicos.

Direitos autorais: (c) Babar760 | Dreamstime.com/ Informação extraída do IPTC Photo Metadata.

De acordo com Campagnolli, o principal motivo de se ter um arquivo é justamente “atender à administração nas várias atividades, de acordo com as necessidades de pesquisa técnica, administrativa e financeira, estando aptos ao atendimento, às consultas internas e externas (...).[1] Ela ressalta a necessidade de se conhecer a empresa e suas necessidades e estruturas para saber os tipos de documentos.

Como problemática apresentada em seu artigo a autora afirma que existe pouca bibliografia sobre o assunto. O artigo se propôs a indagar a realidade operacional da instituição, empreender uma coleta de dados e saber se o POP (Procedimento Operacional Padrão) se dava de maneira satisfatória.

Supôs que os hospitais de Porto Velho (RO), seus objetos de estudo, não foram norteados por instrumentos como o PSDI, por exemplo. Acredita que havia necessidade de uma reengenharia visando à constante atualização e uso de novas tecnologias para a implantação do prontuário eletrônico. 


E destaca a importância de um banco de dados acessível que atendesse as solicitações de cópias de prontuários.

Metodologia      

A metodologia da pesquisa baseou-se em um delineamento descritivo, teórico-empírico. Como também através da coleta de dados oriunda da observação direta no Hospital 9 de Julho em Porto Velho.



Também foram realizadas entrevistas em outros hospitais da cidade e o critério para essa seleção foi a escolha de hospitais públicos ou privados (com exceção de maternidades e serviços de pronto atendimento).

Em relação aos entrevistados foi priorizada uma hierarquia nessa ordem: administrador, responsável pelo SAME, responsável pela informática. Os dados obtidos foram analisados adotando-se o método comparativo (e fazendo uso da bibliografia especializada do SAME) e descritivo.

Desenvolvimento da Pesquisa

O corpo do trabalho apresentou abordagens de uma série de termos de documentações e processos básicos que possibilitam a implantação gradativa do que a autora chamou de Técnica de arquivos. Como por exemplo: 

  • O Plano diretor de sistemas de informação
  • O.S.M (Organização e Método)
  • SAME
  • Sistema de Informação Hospitalar
  • Prontuário
  • Arquivologia
  • Arquivista
  • Documentação
  • GED (Gerenciamento eletrônico de documentos)
  • Assinatura eletrônica
  • Digitalização

O delineamento da pesquisa é realizado através de observação participativa com pesquisa de campo nas instituições. Já a coleta dos dados foi feita no ano de 2008. 

Por meio dos gráficos Campagnolli verificou que 75% dos hospitais possuem o setor SAME e os 25% restantes encontravam-se em fase de estruturação. Mais de 50% dos hospitais atribuíram como necessário o SAME, tendo em vista a facilitação na base de prontuários e informações gerenciais.


Todas as instituições informaram que dispõe de um espaço apropriado para o SAME. Um dos gráficos produzidos e apresentados no artigo registrou as dificuldades encontradas na guarda de prontuários dos pacientes. 

Dificuldades para a implementação 


E se observou que quase 80% das dificuldades referem-se justamente à localização, falta de espaço e informatização do sistema como também com as duplicidades e grandes volumes de papel. Praticamente todas as instituições pesquisadas recebem solicitação de prontuários pelos pacientes sendo que na área pública se dá uma média de 30 pedidos semanalmente. Esse número no caso deve ter aumentado desde a publicação do artigo.

O Hospital 9 de Julho adotou um sistema chamado “Prontuário único” onde todos os atendimentos dos pacientes recebiam um único número de registro para fins de arquivamento. O referido hospital faz uso de técnicas de arquivo na sua organização de prontuário.


Conclusão


Tendo em vista que o Arquivo Médico foi criado para controle, ordenamento e por fim, arquivamento dos prontuários dos pacientes, é um fato que os documentos arquivados refletem o histórico do paciente na conclusão de Paula Campagnolli.

A mesma verificou ao fim de sua pesquisa que, os hospitais não apresentam o planejamento necessário para o arquivamento e muito menos um setor adequado para este fim. 


Sendo que os hospitais são os responsáveis pela guarda e conservação dos prontuários dos pacientes. Com o SAME, as instituições apresentariam maior precisão da organização por meio “dos seus trabalhos de manutenção, conservação e guarda dos prontuários dos pacientes que necessitam de assistência”. [2] 


O problema do grande volume de papéis


Campagnolli alerta para a falta de espaço apropriado e para o problema que representa o grande volume de papéis, problema esse conhecido pelos arquivistas e realidade tanto em instituições públicas como privadas. Nesse contexto analisado, o SAME não está completo, na medida em que, se limitam a apenas guardar e/ou arquivar os prontuários.

Com a estruturação de um organograma de modo que se organize a divisão dos procedimentos o setor consequentemente se desenvolveria e atenderia melhor às necessidades dos pacientes. Com mais eficiência o serviço obviamente ganharia em credibilidade e confiança.

O prontuário é o espelho do paciente e nele estão registrados as informações sobre sua saúde, o histórico de sua vida. Na visão da autora, são inúmeras as vantagens que podem ser obtidas desde o formato até a devida guarda dos mesmos. 


Por fim, o GED (Gerenciamento eletrônico de documentos) se confirma como mais uma vantagem para a empresa tendo em vista a possibilidade de redução do espaço físico e maior precisão na localização e acesso aos documentos.


      

Bibliografia

CAMPAGNOLLI, Paula Regina. “Sistema de Arquivos Médicos e Estatísticos: Um estudo descritivo como referência básica à implantação e a operacionalização”. http://www.profsergio.net/artigos.htm#paula


[1] CAMPAGNOLLI, Paula Regina. “Sistema de Arquivos Médicos e Estatísticos: Um estudo descritivo como referência básica à implantação e a operacionalização”. Pg. 2

[2] CAMPAGNOLLI, Paula Regina. “Sistema de Arquivos Médicos e Estatísticos: Um estudo descritivo como referência básica à implantação e a operacionalização”. Pg. 27


BONUS TACKS:

https://portal.fiocruz.br/noticia/arquivos-medicos-sobre-tatuagem-sao-tema-do-encontro-quintas

Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

http://www.hmjmj.com.br/2010/12/o-que-e-same/

Nenhum comentário:

Postar um comentário