No desfile da Mangueira no Carnaval do ano de 2019 cuja samba enredo foi o "História pra nanar gente grande" teve uma parte em que figuras históricas de homens e mulheres branco(a)s, europeus e descendentes etc saem de quadros de um carro alegórico e são apresentados como anões.
Enquanto os negros e indígenas são representados por bailarinos altos e fortes. Entendo que a escrita da História é feita repleta de conveniências, falsificações e sempre influenciada pelo ponto de vista de quem conta. Assim como a versão da referida escola de samba que foi campeã desse ano.
É muito importante o eterno e vigilante estudo da História, a apresentação de novos pontos de vista e a descrença em verdades absolutas. É importantíssimo darmos valor à personagens anônimos, à importância de cada grupo na formação de um país, das suas conquistas. E esse foi o objetivo e crítica social do samba enredo da escola. Mas reitero que acho um erro tentar engrandecer a história de um povo, país, grupo social em detrimento e ridicularização de outro.
A História não é uma ciência exata. Sinceramente, não é nem uma CIÊNCIA. Portanto, é palco de duelos sobre diferentes pontos de vista acerca de um mesmo assunto. Em determinada parte da apresentação do desfile um passista arranca a página de um livro e a rasga.
Então, para valorizarmos a história de negros e indígenas temos que ignorar a herança europeia no Brasil? Temos que ensinar que os brancos foram e são apenas opressores e exploradores?
Não proponho censura nem ataques à manifestação cultural legítima que é o Carnaval e às ideias apresentadas pelas mentes por trás dos desfiles. Mas sim a problematização da problematização. Defendo o livre pensamento e proposição de ideias sem ataques e difamações. Mesmo que o politicamente correto tente proibir.
Toda generalização, simplificação é estúpida, ingênua e perversa! Infelizmente continua sendo uma manobra intelectual confortável utilizada por todos os grupos políticos (imbecis de esquerda e direita), ideológicos (capitalistas e comunistas, otakus, trekkers, jedis...) e religiosos desse país.
Esse é um caminho errado e perigoso que vai desembocar em mais falsificações, preconceitos, "verdades absolutas", maniqueísmos, discurso de eterna vitimização, pureza racial e mais desse clima de disputa racial entre brancos e negros (importado dos EUA).
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