Sem dúvida, interpretar freddie Mercury é algo que exige muito do ator. Como o Rami Malek tem o rosto muito fino, a dentadura ficava muito aparente. É realmente necessário um esforço pra levar a sério.
A Salma Hayek, por exemplo, quando interpretou Frida Kahlo optou por não usar o bigodinho da frida para que isso não tirasse a atenção do público. Talvez seria melhor não terem colocado dentes tão grandes no Malek.
O Freddie quando ficava sério conseguia disfarçar seus dentes. O Rami, além do rosto fino tem os olhos muito esbugalhados e azuis, o que realmente compromete a caracterização. Mas tudo isso acabou sendo o que menos me incomodou no filme. Não acho que a atuação dele tenha sido um desastre.
Qualquer filme baseado em fatos reais modifica a história em função da trama e do que os produtores querem. Isso já era esperado. Para alguém que não conheça nada do Queen provavelmente vai adorar o filme, mas certas decisões, como apresentar o primeiro Rock in Rio ocorrendo nos anos 70 e não em 1985 me incomodaram bastante,
O fato de eu ser fã e conhecer minimamente acaba atrapalhando minha conexão com o que o filme quer mostrar. A História original é bem mais interessante que a versão do filme, mas optaram por um filme leve, visualmente bonito e que também se sustenta ancorado nas partes musicais.
Outros filmes pretensamente biográficos como La bamba, Great balls of fire e the doors são bem mais coesos e desenvolvem melhor os personagens do que esse do Queen. Foi um desperdício não dar um pouco mais de espaço na trama para a amizade, parceria e desavenças do grupo, mas a real intenção era um filme do Mercury.
Acho que no final, o objetivo foi cumprido: apresentar o Queen para as novas gerações e solidificar de vez o status do grupo. A banda e Freddie ocupam hoje indiscutivelmente um patamar intocável e eterno.
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