JollyRoger 80´s

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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

TV Brasileira: Bueiro Aberto

Tenho uma relação dúbia com os idiotas.

O desprezo vem acompanhado de um pouco de inveja sadia de sua felicidade e capacidade de adaptação, da qual me alimento um pouco.


Alienação pode ser uma benção. Alienação pode ser a solução.

Nos alienarmos um pouco de tudo isso é essencial para saúde.

Façamos um breve resumo da TV Lixo Brasileira:

Paradoxos Culturais nos anos 80:



Paradoxos Culturais nos anos 90:



Aula de Dança para as crianças. Percebam a expressão ainda inocente e abobada dos baixinhos enquanto as ''dançarinas'' esfregam a genitália na garrafa. O resultado disso estamos vivenciando agora, pois 20 anos de funk e axé provocaram muitas coisas, além do atrofiamento de cérebros. 

No Brasil, a pedofilia e a sexualização precoce de crianças é um fenômeno cultural. E a mídia em geral fornece todos os incentivos para a dita prática. Essa é uma questão muito polêmica.

Red Tube? A TV brasileira sempre transmitiu soft porn em horário nobre. 

Huck, o animador do Caldeirão de futilidades  seguiu a cartilha de sucesso no seu período pré-Rede Globo. O interessante é que ninguém se questiona como esse playboy hipócrita conseguiu um programa na televisão. Procurem se informar sobre todas as facilidades conseguidas desde seu nascimento e suas ligações vantajosas com políticos e demais figuras importantes.

(...)



Tiazinhas e Feiticeiras, Loiras e Morenas do Tcham foram modelos de sucesso para jovens de todas as idades.

As crianças de agora tem outras representantes como modelos de sucesso: Popozudas, Mulheres Frutas, Panicats, ex-garotas de programa, as Sisters dos reality-shows... O que não falta são "formadoras de opinião" para se espelhar.

A tendência é a constante superação. Os "artistas" de hoje sempre alcançam um nível mais baixo que os do passado. 
Suspeito que as criaturas mais medíocres do país já nascem com um microfone enfiado na boca. Ou em outro lugar, pois como diz o ditado: "O buraco é mais embaixo".



Deus abençõe a Rede Record. 



 O que me incomoda é a hipocrisia e a tendência de considerar qualquer bunda arreganhada como arte.

Bem, assim como o reality show da concorrente, "A Fazenda", o BBB (Big Brother Brasil) consiste em encher uma casa de animais. Enquanto isso milhões de telespectadores os observam sentindo-se verdadeiros cientistas sociais. 

Todas as noites nossas mentes também são violentadas. Reitero que 99% das pessoas que assistem o programa nunca devem ter ouvido falar no livro "1984" de George Orwell.



São todos vítimas. 

Proteja-se! 
Troque de canal.
Não participe.

É tudo tão fake e caricato. A suposta vida real é tão artificial que todos os escândalos e polêmicas podem na verdade, ser mentiras produzidas com propósitos bem definidos. Reiterando, a vida real no reality show apresenta os mesmos valores da sociedade telespectadora. Afinal o público se identifica bastante com os espécimes encarcerados. O que é falso são as atitudes, tramas e acontecimentos apresentados no freak show.

A Escola de Frankfurt é uma importante fonte de estudos e representa uma das principais correntes de pensamento crítico sobre a comunicação, os meios e seu aspecto alienante. Teve origem em um instituto de pesquisas na Alemanha em 1923. Criaram o conceito de "Indústria Cultural", uma fábrica de cultura baseada na repetição. 

Theodor Adorno, um de seus principais teóricos enxergava o indivíduo como um ser passivo em relação às mensagens dos meios de comunicação. Junto com Max Horkheimer na obra "Dialética do Esclarecimento" salienta que a técnica da Indústria Cultural levava à padronização e produção em série, sacrificando desse modo o que fazia a diferenciação entre a lógica da obra e a do sistema social.

Adorno acreditava que a cultura contemporânea conferia à tudo um ar de semelhança. Um sistema único seria constituído pelo rádio, pelo cinema e pelas revistas. O poder absoluto do capital é o adversário do indivíduo e sob o poder do monopólio toda cultura de massa seria idêntica. 

Para Adorno o cinema e o rádio não precisariam mais se apresentar como arte, pois sendo um negócio eles utilizariam essa verdade como ideologia para legitimar o "lixo" produzido. Essa é uma questão crucial para entender o contexto contemporâneo da "Manufatura Cultural" nacional. Não sei se podemos considerar o que temos aqui como Indústria Cultural tendo em vista tanto atraso e amadorismo estético intelectual. 

O curioso (e revoltante) é que, mesmo sendo totalmente comerciais e desprovidos de substância e identidade, os produtos da TV nacional, seus ídolos medíocres e os fenômenos culturais são apresentados e vendidos como Arte no sentido mais puro. Na maioria dos casos não são. A Indústria Cultural brasileira lança no mercado as pessoas mais medíocres deixando de lado quem pode ser chamado verdadeiramente de artista. 





Os produtos nacionais estão imbuídos de toda uma singularidade peculiar brasileira que é o sincretismo. Aqui todos são tudo e nada ao mesmo tempo. Somos brancos e negros, senhores e escravos, santas e putas, ricos e pobres. E comercialmente falando isso é deveras vantajoso no sentido de que um mesmo produto pode ser usado de diversas maneiras em diferentes contextos.  Por exemplo, uma "modelo e atriz" pode começar sua carreira posando nua em ensaios eróticos e logo depois apresentar programas infantis. E vice-versa! O paradoxo é regra número 1.







Chega a ser engraçado.



E uma Escola se formou. O que não faltam são educadoras. Afinal, educação é a base para o sucesso.  Os "artistas" transitam com muita facilidade de um meio para outro. As identidades culturais estão disponíveis também no mercado.






Retomando Theodor Adorno, a racionalidade técnica seria a da dominação, pura e simples. "Ela é o caráter compulsivo da sociedade alienada em si mesma". Adorno salientou que a tendência social se encarnaria nas intenções particulares de grupos poderosos (indústrias siderúrgica, petrolífera, energética, química e bancos). 

Os monopólios culturais são fracos e dependentes em relação aos poderosos da Indústria. E tem que dar razão justamente à esses poderosos grupos. Como exemplo para caracterizar toda essa esfera, tem-se a dependência da sociedade radiofônica em face da indústria elétrica e a do cinema em relação aos Bancos.

Então, grupos poderosos decidem os produtos a serem consumidos, veiculados. 
Eles sabem o que o público deseja? 
Ou respondem aos anseios de consumidores vorazes? 












Vale ressaltar que o problema não são os meios de comunicação. Mas sim os usos que se fazem dos mesmos. Portanto, a televisão não é a vilã, mas sim a criatura. Culpemos o Criador. Mas por hora, Faça uma Revolução! Desligue a Televisão.


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