JollyRoger 80´s

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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Macacos Famosos

A expressão “nigger” é uma maneira pejorativa de se referir ao cidadão negro norte-americano. O equivalente nacional seria a palavra "crioulo", mas talvez nigger seja ainda mais grave. Com o tempo, os próprios ofendidos passaram a fazer uso do termo com o objetivo de criarem um novo significado. Dessa maneira, uma forma cruel de ofensa foi absorvida, assimilada para se transformar em demonstração de camaradagem.

O uso do termo por rappers e consequentemente pelas pessoas em suas comunidades foi uma tentativa de converter o insulto em auto expressão de orgulho racial. No entanto, NÃO significa que o uso do termo tenha deixado de refletir as relações de violência e conflitos entre brancos e negros e entre negros e negros nos Estados Unidos.

O fato dos afro-descendentes terem incluído a palavra em seu vocabulário não fez com que ela deixasse de ser usada também com a intenção original. Da mesma maneira ocorre com o termo bitch para se referir às mulheres.

É muito cedo para uma resposta, mas essa pretensiosa campanha “Somos todos Macacos” pode ou deve ser levada a sério como uma atitude legítima de transformar o insulto em forma de orgulho? Será uma eficaz atitude de conscientização ? Ou apenas mais uma moda passageira e escárnio para com as pessoas sérias e as que sofrem ataques e discriminações?  

Uma campanha publicitária organizada por um empresário que explora toda forma de miséria no piloto automático, empregado da Rede de Televisão nacional que mais veicula material tendencioso e mentiroso estaria realmente interessada em questões raciais? Em justiça social? Em educação? Eu... suspeito que não.

Estaria esse elenco de famosos, ricos, brancos legitimando sua vontade de chamar o próximo de macaco e ainda ganhando dinheiro e visibilidade com isso? As massas, tão dependentes, bovinas, fanáticas não percebem o quão ridículo é esse espetáculo circense? 

O pior reality show brasileiro é quando os famosos se posicionam politicamente. Não creio que todos os que aderiram à "campanha" sejam racistas ou tenham intenções ruins. A máquina da imbecilização se retroalimenta e quem trabalha com alienação se aliena também. Talvez nossos artistas não sejam racistas. São apenas alienados famosos.





Vida de Gado ou Macaco

Sejamos realistas. Algumas pessoas estão mais espertas. Se fizermos uma rápida análise dos comentários e opiniões divulgadas na internet como um todo perceberemos que muitos já tem noção das regras do jogo, do que se esconde por baixo dos panos e encaram as “verdades” que são jogadas pela mídia com mais ceticismo, desconfiança, mais senso crítico. Resumindo, não permitem ser enganadas tão facilmente como antes.

Trata-se de uma animadora constatação, mas não chega a ser um rompante otimista. A certeza seguinte é que são uma minoria, mas uma minoria respeitável em contraste com as extensas hordas que continuam vagando pela Matrix. A grande maioria não escreve muito bem, não sabe ou não tem muita paciência para interpretar textos e usa com exagero a nova droga comportamental atual: a alta autoestima do idiota. Em um primeiro momento inexplicável, mas compreensível. Questão de sobrevivência.

Essa grande maioria se agrupa mais facilmente pois falam a mesma língua e principalmente, entendem errado as mesmas coisas. E por estarem aglutinados parecem ser (ou são) mais fortes e mais certos. São grupos e pessoas diferentes (todo ser é único), mas com muitas coisas em comum. 

A questão semanal é que a jogada publicitária da bruxa nariguda do Caldeirão, travestida de mobilização social contra o racismo foi rapidamente percebida como mais uma campanha ideológica que almeja nos convencer de que ainda "somos todos idiotas". Falhou.

A demonstração de repulsa e crítica que se espalha pelo ambiente de rede é mais um exemplo de uma tomada de consciência impensável há 16 anos quando todos estavam embriagados com Tiazinhas, Feiticeiras, louras do Tchan e outras pensadoras da época. Porém, ainda temos um longo caminho a percorrer visto que não chegamos totalmente ao fundo do poço. Quando lá, talvez comecemos a escalar até a luz. Ou seja, pra ficar ruim ainda tem que melhorar bastante.

A maioria de pessoas dessa minoria mais consciente já percebem que os “artistas” e personalidades não possuem um discurso consistente e fazem de tudo para estar sob os holofotes. Estes também seguem comportamentos padronizados e ideias confortáveis. E fazem qualquer coisa por dinheiro. Isso porém, é uma filosofia de vida alardeada insanamente por elementos oriundos da cultura popular.

Esse comportamento de corrente é quase sempre ridículo. As fotos com bananas, da maneira que foi feito foram ridículas, assim como os selfies de meninas com folha de papel cobrindo os peitinhos de pitomba. São como centenas de peças de dominó que vão caindo em sequência, mas ao contrário daqueles espetáculos de paciência chinesa estes não revelam nada de belo com o cair das peças.




Milo Manara _ REVOLUÇÃO

Na obra "Revolução" o desenhista italiano Milo Manara realiza uma ótima crítica à fábrica de "celebridades" que são disseminadas pela Indústria Cultural planetária. Na trama, acompanhamos o sequestro de uma sensual dançarina chamada Kay por um grupo revolucionário. Enquanto isso, um novo Robespierre está realizando uma nova Revolução Francesa e começando a guilhotinar o que ele considera a nova nobreza corrupta e alienante: Os famosos, os VIPs e as influentes personalidades televisivas.
 



Somos todos robôs


Comportamento, ideias e atitudes constantemente programadas. 

terça-feira, 29 de abril de 2014

Somos todos Macacos... de imitação

Um resumo do FATO da semana: Torcedor jogou uma banana no campo durante um jogo de futebol na Espanha (o evento mais importante para brasileiros). Um jogador brasileiro pegou a banana e a comeu. O ato foi encarado como uma ofensa racista. E obviamente foi! No Brasil e pelo visto em demais países quando se quer ofender um cidadão de cor negra/mulata são feitas comparações do mesmo com um macaco. O revoltante é quando pessoas querem aparecer e ganhar dinheiro se aproveitando de coisas sérias. 

As celebridades (indivíduos famosos geralmente imbecis) brasileiras estão postando fotos segurando bananas como forma de luta contra o ato e o racismo. As fotos fazem parte de uma suposta campanha conscientizadora chamada ''Somos todos Macacos". Puro oportunismo como sempre! Um dos maiores empresários do país (e também apresentador da Rede Globo) lançou em tempo recorde uma série de camisetas com os dizeres. 

A maioria dos artistas e celebridades não tem engajamento algum. Ou pelo menos não demonstram seus verdadeiros pensamentos e opiniões políticas. Mesmo as mais respeitadas personalidades públicas têm frequentemente demonstrado que fazem qualquer coisa só por dinheiro. O desgosto atual é ver a internet repleta de suas fotinhos com mensagens "conscientes" e olhar triste e "profundo". Na "causa defendida" dessa semana seria mais ousado e impactante se eles enfiassem as bananas no...



sábado, 26 de abril de 2014

Chaplin. Filmes para Download


O Internet Archive disponibilizou 20 filmes de Charlie Chaplin para download ou para assistir online. No acervo estão curta-metragens produzidos entre os anos de 1916 e 1919. 

Clique no LINK:
 https://archive.org/details/PeliculasDeChaplin-1916-1919



                           

José Wilker, ARTISTA brasileiro (20 de agosto de 1946 - 05 de abril de 2014)



O ator José Wilker faleceu no Rio de Janeiro, no dia 05 de abril de 2014, aos 67 anos. Foi muito cedo. Ótimo ator e conhecedor de cinema. O ator morreu dormindo vítima de uma parada cardíaca. Wilker era cearense de Juazeiro do Norte. Com praticamente 50 anos de carreira ele foi ator, diretor, apresentador e crítico de cinema. Com uma carreira de mais de 40 filmes e novelas, é um consenso de que o ator partiu cedo demais. 


Mesmo em novelas, que é algo que não me agrada, ele se destacava, como por exemplo em "A próxima vítima". E em minisséries como "O Fim do mundo". Outro trabalho importante é sua inspirada narração dos episódios da série "A vida como ela é" inspiradas no contos do também genial Nelson Rodrigues. Na televisão ele participou em novelas e minisséries de sucesso como: "Gabriela", "Anjo mau", 'Roque Santeiro", "O salvador da pátria", "Anos rebeldes", "Agosto", "Fera Ferida", "Renascer", "A próxima vítima", "A muralha", e "JK". 


José Wilker era um dos meus atores brasileiros preferidos, apesar de eu não poder dizer que conheço sua ampla carreira, tendo em vista a dificuldade de encontrarmos filmes brasileiros disponíveis. Uma de suas melhores interpretações, na minha opinião, é como o controverso Tenório Cavalcanti, um deputado da cidade de Caxias, no filme "o Homem da capa preta" (1986). 



No dia (ou noite) da morte de José Wilker eu estava caçando filmes nacionais no YOUTUBE  e por acaso assisti trechos de um de seus primeiros filmes, ''Bonitinha, mas ordinária''. Uma pena mesmo. Mais um Grande ator brasileiro que se vai. No filme "Xica da Silva" (1976) ele também está muito bem e o visual e trejeitos afetados do seu personagem me faz lembrar dos ''discretos'' papéis interpretados por Johnny Depp!  Fica a dica!     

   


   Como destaques em sua filmografia também podemos citar: 

"Os inconfidentes" no papel de Tiradentes. (1979)



"Dona Flor e seus dois maridos" no papel de Vadinho. 


"Bye Bye Brasil" (1979), como Lorde cigano



Guerra de Canudos" (1997) como Antônio Conselheiro.


E na novela "Renascer" como Belarmino. Essa novela inclusive teve uma primeira fase bem interessante, com os personagens rivais fazendo emboscadas, brigas por terras, etc. O personagem José Inocêncio (interpretado por Antônio Fagundes na segunda fase) foi pendurado de abeça pra baixo em uma árvore e esfolado vivo! Sempre penso que as novelas Renascer e Pantanal (da Rede Manchete) dariam ótimos filmes sérios. 



Frases:

“A minha relação com o cinema começa na infância. Eu cresci, intermitentemente, entre Juazeiro, no Ceará, e Olinda, em Recife – até os 13 anos. E ao lado da minha casa, tanto em Juazeiro quanto em Olinda, havia cinemas. O de Juazeiro era colado, meu vizinho, e mesmo quando não era permitido que eu visse os filmes, eu conseguia entrar por baixo da cortina de entrada. Assisti como Arroz AmargoAmanhã Será Tarde Demais, filmes neorrealistas italianos, e também Branca de Neve e as coisas para criança, além dos filmes da Atlântida. Foi uma relação, para mim, muito forte, muito marcante; foi a minha janela aberta para o mundo.”

 
“Quando eu fui fazer a personagem dos Anos Rebeldes foi um desconforto para mim, porque eu era o outro lado, eu era o cara que na época [década de 1960] estava na rua tomando pedrada e gás lacrimogêneo e gritando ‘abaixo a ditadura’. E na minissérie eu estava fazendo o cara que era o repressor, o financiador da repressão. E eu achei legal por isso, de repente eu poder conviver com esse outro lado, entender e gostar de uma personagem. Você tem que, de alguma maneira, estabelecer com ela uma relação de afeição para ela sair direito.”


BONUS TRACKS: 

Memória GLOBO. José Wilker:



Relembre personagens famosos de Wilker em produções televisivas:


Vídeo de José Wilker comparando Globo com nazismo gera polêmica ao viralizar:



Frederico Mercúrio


Essa é para quem gosta das traduções dos títulos de filmes no Brasil!


Proteste contra o consumo fazendo compras!


Essa propaganda "antiga" é um exemplo de como o sistema capitalista pode converter e assimilar os discursos contrários visando seus interesses. Existem exemplos mais agressivos disso, mas essa propaganda da Gradiente é cômica! Reproduzo aqui o texto do anúncio: 

"A melhor maneira de combater o sistema é estar por dentro dele.
Comece sua luta comprando um conjunto de som da gradiente.
Os amplificadores [...] são produzidos por um grupo de capitalistas extremamente lúcidos. Quem sabem que a procura só é grande quando a oferta é muito boa.

Por isso, há mais de 12 anos eles produzem equipamentos de som que oferecem o máximo de fidelidade que um contestador pode exigir (você ouve o Dylan gravado ao vivo como quem está vendo ao vivo; o Belchior gravado como quem está no estúdio). E oferecem também uma rede de revendedores com os melhores planos de pagamento do mundo ocidental. 

Compre um conjunto de som Gradiente financiado em 12 ou 24 meses para ouvir com perfeição as denúncias graves, médias ou agudas dos seus cantores de protesto preferidos. Quem sabe até você acaba chegando à conclusão de que a sociedade de consumo não é tão ruim assim."


Genial! Hoje em dia seria possível fazer várias outras campanhas de produtos no mesmo teor debochando chamados socialistas de iphone.  





Moralismo brasileiro


A fama súbita e a imbecilização das massas. Uma breve análise.




É curioso quando as pessoas reclamam (com toda razão!) do vazamento de fotos na internet, da falta de privacidade devido às câmeras de celulares ou quando, por exemplo, crucificaram (corretamente) a professora da PUC que fotografou sem permissão um sujeito no aeroporto, postou a foto publicamente no facebook e junto com seus amigos fez comentários irônicos o ridicularizando. 

Então, o que dizer das curtidas e compartilhamentos das fotos do segurança do metrô de São Paulo? Será que ele sabia que quando aceitou sorridente tirar a 1° foto ela seria publicada e o tornaria... uma subcelebridade? Será que a primeira imbecil (foram muitas) pediu permissão para publicar? E o que dizer das outras que compartilham e fazem os banais e clichês elogios para a foto?

Nesse caso, o galãzinho pode se dar bem no final devido à nossa cultura de culto ao corpo e uso do mesmo para se alcançar a fama. Quem cria e alimenta o mercado da fama é o público faminto e vazio. Ao que parece uma revista idiota feita para pessoas idiotas já fez um, quem diria, ensaio sensual com o mesmo. Independente do futuro artístico do rapaz o que se pretende chamar atenção é para a tão clara hipocrisia e falta de noção de todas as pessoas. 

Os homens de boa vontade são obrigados a ler incontáveis relatos contra a opressão dos padrões de beleza impostos pela sociedade, mas basta surgir a foto de um homem ou mulher bonitos (famosos ou não) para causar uma euforia demente. Vale ressaltar que o que é ou não bonito varia de pessoa pra pessoa.

E se ele não estivesse gostando de ver sua foto pelos perfis de estranhos? E a família dele? Na minha opinião, quem compartilha a foto de um estranho, que não é uma pessoa pública, está tendo uma atitude semelhante às pessoas que expõem fotos íntimas dos outros na rede. Não vou me ater aqui nas fotos íntimas (de famosos, pseudo-famosos  e desconhecidos) que "vazam" na internet propositalmente (e diariamente) seja por puro fetiche exibicionista ou para alimentar o ego e busca pela fama. 

Não estou pretendendo defender o tal segurança e muito menos preocupado com o que será dele daqui pra frente. Se tivermos sorte será apenas o assunto da semana passada. Se tivermos azar o mesmo se tornará mais um famosinho que será usado na máquina de alienação midiática.

 O que se constatou mais uma vez com esse (já passado) episódio é como a fama fascina e imbeciliza as massas. Da noite para o dia, um simples segurança de metrô se torna um ídolo de uma multidão de desesperados. É preocupante quando, mesmo com tantos afazeres e possibilidades a vida das pessoas se percebe tão vazia.

No entanto, algumas pessoas podem argumentar que o vazamento de uma foto íntima pode expor uma pessoa a uma série de humilhações e que o cidadão fotografado no aeroporto sofreu menos do que, por exemplo, mulheres que foram e são frequentemente expostas. Bem, creio que só quem pode dizer o que sofreu foram as pessoas lesadas. 

Li opiniões que diziam que o segurança do metrô foi exposto, mas que somente havia recebido elogios e que como, por acaso, já era modelo, isso iria talvez alavancar sua carreira. Cheguei a ser acusado de fazer uma falsa comparação entre mulheres que foram expostas e difamadas e o modelo homem que ganhara notoriedade.

Outras opiniões sentenciaram que nem toda exposição é igual pois algumas atuam de maneira positiva e outras completamente negativas. E o que é positivo e negativo talvez não dependa também do ponto de vista? Então, sob esse ponto de vista de vantagem capitalista,  se uma menina tiver uma foto ou vídeo íntimo exposto na internet, for humilhada, xingada, tiver que mudar de cidade, mas depois receber convites para ser dançarina de funk, modelo e ganhar um programa de televisão e porventura começar a ser elogiada e ficar rica... então fica tudo bem não é? NO final das contas a exposição lhe rendeu bons frutos. Começou negativa, mas terminou de maneira ''positiva''.

Então, quer dizer que eu posso tirar foto de alguém que seja modelo, na praia por exemplo e sair divulgando pelo face. Se a maioria das pessoas curtirem e elogiarem,... tudo bem? Se as pessoas tivessem elogiado a beleza do cara fotografado no aeroporto de bermudas e ele tivesse virado modelo, então a atitude da professora da PUC não seria condenável? Talvez isso faça sentido pelo pensamento de certas pessoas. Bem, tiram-se as fotos e ficam essas questões para análise. 

E para finalizar, é impressionante como no Brasil todo mundo quer ser modelo e ator/atriz! 






sexta-feira, 25 de abril de 2014

Jack White & Gary Oldman em American Express Unstaged



Se também não fosse uma vítima do bombardeio de lixo pop cultural e do excesso de desinformação eu saberia sobre esse show de Jack White dirigido por Gary Oldman na época de seu lançamento! 

O show faz parte de uma série chamada American Express Unstaged, que já teve Arcade Fire com o diretor TERRY GILLIAM, Coldplay com Anton Corbijn e Duran Duran com David Lynch. Gilliam é um gênio criativo, um dos meus artistas favoritos (e é um dos Monty Pythons) e Anton Corbjin dirigiu a maioria dos videoclips do Depeche Mode. 

Não conheço Arcade Fire e nem sou fã de Coldplay. E fiquei curioso para ver a direção de David Lynch com o Duran Duran. Na verdade, seria legal ver o Terry Gilliam dirigindo o Duran Duran, mas sabe se lá se ele curte o grupo!