JollyRoger 80´s

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sábado, 16 de junho de 2012

Trens


Quando criança eu adorava andar de trem. Meu pai trabalhava na extinta Rede Ferroviária Federal. Algumas vezes eu ia na Oficina e passava a tarde observando aqueles maquinários. No bairro do Engenho de Dentro ainda existe o Museu do Trem, mas está completamente abandonado. O ideal seria poder percorrer o país inteiro de trem! Poderia ser mais rápido, barato, não poluente e romântico inclusive!








Mas... isso seria a escolha certa e nós não tomamos nunca as decisões certas, devido ao fenômeno do Fracasso Cultural.

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Veja também: 

Roberto e Erasmo Carlos Sentado à beira do Caminho



TV da Luz Vermelha

Como fazer o público não perceber que você não tem talento, carisma e nada relevante para proporcionar? Coloque uma ''modelo e atriz'' rebolando e depilando imbecis e ninguém vai criticá-lo por seu pai milionário ter comprado um horário na TV para você brincar de apresentador.

domingo, 10 de junho de 2012

Sexualização hiper precoce de crianças e adolescentes no Brasil






Prestem atenção na capa do disco ''Carnaval dos Baixinhos" da apresentadora Rainha dos baixinhos (e altinhos) Xuxa. Vemos um disco destinado ao público infantil onde um bebê é fotografado de costas usando um fio dental. Talvez se esse disco fosse lançado hoje o Ministério Público fosse acionado. Talvez! E por se tratar de um bebê.  A sociedade mudou e algumas muitas pessoas não percebem ou tem dificuldade de assimilar.

Existem uma série de contextos sócio culturais e econômicos que devem ser levados em consideração ao tratar dessa questões, no entanto, defendo a punição para todos os tipos de casos de abuso. E torno públicas as palavras de uma colega: "Não podemos esquecer disso. Abuso sexual, psicológico, estupro. Isso que falamos. E isso nada tem a ver com idade, eu com 28 anos posso sofrer isso. Por isso, temos que punir severamente casos de pedofilia e de estupro, porque os que as une é o fato da pessoa não ter direito a escolher ter a relação."

Assino embaixo. E isso nem se questiona. O que questiono é a hipocrisia relacionado ao aspecto de incentivo geral à sexualização e a paradoxal vigilância moral em relação a isso. Vivemos na era da informação rápida. As pessoas têm ''amadurecido'' mais cedo e aliado ao fator natural, o sexo irrompe mais precocemente. E na indústria cultural brasileira crianças e adolescentes são frequentemente retratadas de maneira sensual.  






E mulheres adultas são infantilizadas em ensaios de nudez.





O imaginário do "consumidor" de mulheres tanto do sexo masculino como feminino é alimentado. Ou seja, desejos internos de homens e mulheres são intencionalmente provocados e incentivados. Por outro lado, são também moralmente combatidos. É uma surreal gincana, mas que nunca justifica uma agressão sexual, por exemplo. Vale ressaltar que em sociedades como a brasileira, a eterna juventude e beleza são padrões comportamentais idealizados. 

O funk como movimento social e cultural é legitimado e enaltecido por acadêmicos das áreas de humanas,  lideranças políticas e artistas geralmente adeptos de ideologias progressistas (a Esquerda) e sociedade como um todo, mas nos bailes as chamadas "novinhas" são carne fresca para o abateDesde os anos 1980 e principalmente nos anos de 1990, os ídolos televisivos e modelos de sucesso são homens e mulheres cujo trabalho é pautado apenas por altas doses de sensualidade, vulgarização sexual e imbecilização. 

Ícones da bundalização são tratados como pensadoras contemporâneas ou se tornam conselheiros de Ministros da Educação. São fortes símbolos culturais do país, infelizmente.  O que se observa é que o tipo de música, dança e atitude que geralmente eram apresentadas em casas noturnas hoje é entretenimento apresentado em horário nobre na televisão, pelas divas pop ou rappers. Nesse caso em escala planetária.


Em um vídeo dos anos 1990, que pode ser encontrado em uma busca no YOUTUBE, Sílvio Santos, o apresentador mais famoso do Brasil promove uma verdadeira aula de sexualização infantil. Crianças ainda ingênuas são expostas em rede nacional por um bando de cretinos irresponsáveis.  Estilos musicais atualmente meio fora de moda como o axé baiano sempre apresentaram a sexualidade das músicas e coreografias como principal atrativo. Não se pretende ser moralista e não está sendo discutido a mediocridade artística dessas manifestações culturais, mas uma rápida busca no YOUTUBE podemos encontrar crianças dançando na boquinha da garrafa em programas dominicais. Deplorável.



Assistimos violência e sexo todos os dias nos programas de emissoras de TV Então, em certo sentido, a hiper sexualização acaba por ser incentivada, organizada comercialmente e propagada ideologicamente. Esperamos que mudanças sociais, políticas e culturais ocorram e que as crianças e adolescentes, muitas em situação de abandono nas periferias e favelas, possam viver como modelos saudáveis de comportamento. Que a sociedade pare de se divertir com a sexualização hiper precoce de seus jovens cidadãos. E que traficantes deixem de se tornar a influência poderosa que são. 

Continua...

Xuxa e suas mensagens subliminares

"Doce Mel''

             ''Bom estar com você. Brincar com você. Deixar correr solto O que a gente quiser.
               Em qualquer faz-de-conta A gente apronta. É bom ser moleque enquanto puder.
                 Ser super humano, Boneco de pano. Menino ou menina Que sabe o que quer.
                    Se tudo o que é livre É super incrível. Tem cheiro de bala Capim e chulé.

              Doce, doce, doce. A vida é um doce, vida é mel. 
           Que escorre da boca, feito um doce. Pedaço do céu''


Doce Mel (Bom estar com você) de Cláudio Rabello e Renato Corrêa

Sem dúvida essa abertura foi dirigida pelo diretor Marlene Mattos.

 

Convidativa. As reboladas vão progressivamente ficando mais sensuais. E percebam a entonação que ela dá ao falar ''mel''. Tudo ótimo se não fosse na abertura de uma programa infantil. Surreal, mas a pura realidade da televisão e um traço cultural sinistro do Brasil!

Michael Jackson In the Closet