JollyRoger 80´s

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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Identidade na Pós-Modernidade



As velhas identidades estão em queda vertiginosa. O contexto atual é o de emergência de novas identidades e profunda fragmentação do indivíduo. É a chamada "crise de identidade" que insurge abalando as antes estáveis e seguras estruturas das sociedades modernas. O objetivo de Stuart Hall no capítulo "A identidade em questão" em sua obra “A Identidade Cultural na Pós-Modernidade” foi o de investigar questões acerca da identidade cultural na modernidade tardia, assim como avaliar a real existência de uma crise de identidade e no caso, que caminhos ela estaria tomando.

As sociedades modernas passaram por mudanças estruturais no final do século XX. Esse diferente tipo de mudança estaria fragmentando as antes sólidas classificações de raça, sexo, etnia, nacionalidade que construíam e definiam os indivíduos. Ou seja, as identidades modernas estariam em colapso.

O sujeito torna-se fragmentado, composto por várias identidades. Muitas vezes essas identidades são contraditórias ou até mesmo não-resolvidas. Tudo isso devido às mudanças estruturais e institucionais que produz o sujeito pós-moderno, que veste diferentes identidades dependendo do momento ou da necessidade.

Douglas Kellner em seu livro "A Cultura da mídia" no capítulo "Televisão, propaganda e construção da identidade pós-moderna" afirma que segundo o folclore antropológico e sociológico, a identidade nas sociedades tradicionais era algo pétreo e estável onde os indivíduos viviam inseridos em sistemas fixos. Na modernidade ela torna-se múltipla, reflexiva e sujeita à uma série de mudanças.

Da mesma maneira que Hall, ele cita G.H. Mead, que assim como Hegel e outros teóricos da identidade caracterizam a identidade pessoal em termos de reconhecimento mútuo. Ou seja, a identidade de alguém está intrinsecamente ligada ao reconhecimento de outras. Portanto,na modernidade o outro é um referencial poderoso para a afirmação da própria identidade.



A ansiedade constante é caracterizada pelo autor como uma das questões do eu moderno. Esse indivíduo nunca estaria convicto de suas decisões ou da escolha de sua "verdadeira" identidade.  Nesse contexto de constante renovação algumas formulações chegaram a afirmar que a modernidade significou a destruição impiedosa das antigas formas de vida, valor e identidade, tendo como conseqüência direta a criação de novas formas.

Kellner observa que a identidade pode passar por um processo de cristalização onde o indivíduo se encontraria entediado e cansado daquilo que ele é ou se tornou. Percebe-se preso a uma série de papéis (muitos destes conflitantes), expectativas e desgastadas relações sociais. A identidade na modernidade seria algo cada vez mais problemático.


Nas sociedades de consumo onde a mídia tem grande abrangência essa identidade fixa-se ao modo de ser, a aparência pessoal.  O indivíduo encontra-se "obrigado" a ter seu próprio estilo, mesmo que muitos tipos de estilos sejam provenientes da cultura do consumo. Ou seja, estão embalados, padronizados e prontos para venda. Paradoxalmente, a procura pela individualidade acaba por formar grupos bem definidos. 

Kellner preocupou-se em explicar como a noção de identidade é construída na teoria pós-moderna e investigar a possibilidade de distinguir a identidade moderna da pós-moderna.  De acordo com as teorias pós-modernas a identidade tornou-se cada vez mais frágil na medida em que os indivíduos tornaram-se mais fragmentados. 

Esse processo é resultado do aumento da complexidade das sociedades e tanto os teóricos modernos (como os da escola de Frankfurt) como também os pós-modernos acreditam que essa fragmentação seja resultado do nivelamento das individualidades na nova sociedade consumista, racionalizada e influenciada pelos meios de comunicação.

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